Traje Gaúcho – 1730 á 1820
Patrão das vacarinas e Estancieira Gaúcha
Foi o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente á européia, com a Braga e as ceroulas de crivo. Passou a usar também a bota de garrão de potro, invenção gauchesca típica. Igualmente o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro.
A mulher, usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, mantilha, chalé ou sobrepeliz, grande travessa prendendo os cabelos enrolados e o infatável leque.
Peão das vacarias e China das vacarias
O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade – caçar o gado e cavalgar.
Normalmente, este gaúcho só usava o chitipá primitivo (pano enrolado como saia, até os joelhos, meio aberto na frente, para facilitar a equitação e mesmo o caminhar do homem) e uma pala enfiado a na cabeça.
A mulher vestia-se pobremente: nada mais que uma saia comprida, rodada de cor escura e blusa clara ou desbotada com o tempo. Pés e pernas descobertas, na maioria das vezes. Por baixo, apenas usava bombachinhas, que eram as calças femininas da época.
Pala: tem origem indígena mas era utilizada basicamente por gaúchos. Pode ser de lã ou algodão, quando protege contra o frio, ou de seda, quando protege contra o calor. É sempre retangular com franjar nos quatro lados. A gola do pala é um simples talho, por onde o homem enfia o pescoço.
Traje Gaúcho – 1820 – 1865
Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho
Este período é dominado por um Chiripá que substitui o anterior, que não é adequado á equitação, mas para o homem que anda de pé. O Chiripá dessa nova fase é em forma de grande fralda, passada por entre as pernas. Este se adapta bem ao ato de cavalgar e essa é certamente a explicação para o seu aparecimento. Com isto, fica claro que o Chiripá Primitivo era de origem indígena.
Já o Chiripá Farroupilha é inteiramente gaúcho. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo. As esposas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha.
A mulher, nesta época, usava saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como jóias apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechadas por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.
Traje Gaúcho – A partir de 1865
Bombacha e vestido de Prenda
A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava á cavalo, trajando bombachas e trazia as calças ‘’cola fina’’, dobradas em baixo dos pelegos, para frisar.
As bombachas são largas na fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoados no tornozelo, e quase sempre com favos de mel.
A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho.
A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado, Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco. O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores brancas e vermelhas são as mais tradicionais.
Usa-se mais frenquetemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho. Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos. As esporas mais utilizadas são as ‘’chilenas’’, destacando-se ainda as ‘’nazarenas’’. Botas, de sapataria preferencialmente pretas ou marrons.
Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira e do calor o poncho-pala (feito de seda). Cita-se ainda o bichará como proteção contra o frio do inverno, (o preto é somente usado em sinal de luto). O tirador deve ser simples, sem enfeites, curtos e com flecos compridos na Serra, de pontas arredondadas no Planalto, comprido com ou sem flecos na Campanha e de bordas retas com flecos de meio palmo na Fronteira. É verdade o uso de bombacha com túnica tipo militar, bem como chiripás por prendas por ser um traje masculino.
O vestido pode ser inteiro para todas as prendas, ou saia e blusa, com ou sem casaquinho, para as prendas adultas e senhoras. A saia pode apresentar cortes na cintura, dependendo da idade e estrutura física da prenda, e com o comprimento da saia alcançando o peito do pé. Os tecidos dos vestidos variam de acordo com as estações climáticas, podendo ser lisos ou com estampas florais. Não são permitidos tecidos transparentes sem forro e nem brilhantes, também não é aconselhável o uso do preto e a cor branca, não deve ser usadas as cores da bandeira do Rio Grande do Sul. O vestido da geralmente não é decotado, porém é admitido um leve decote, com ou sem gola, sem expor se expor muito. Pode apresentar enfeites, mas sem muito exagero. Modernamente a gaúcha tem trocado o vestido de prenda pelo Chiripá.
Fonte: http://regionalismogaucho.weebly.com/vestuaacuterio.html
-Bárbara Flores