A Chegada do Cavalo na América e nos Pampas
Antes do ano 1500 da nossa era, não havia cavalos nas Américas. Não existe, nas línguas originais do Continente Americano, nenhum termo que signifique cavalo. Todos os vocábulos que atualmente existem são derivações da palavra caballo do espanhol: cavayú em guarani, caavarú em tupi, cahuellu ou cahuallo em araucano, cahualk em gennaken, cahuel em tehuelche, cavallo nos acomas, cavaio nos moquis, cavayo em paiute, cahuay nos kansas, cahua nos osages, kaviyo nos pimas.
Cristóvão Colombo, em 1493, quando em sua segunda viajem à Ilha La Española, hoje Repúplica Dominicana, no porto de Santo Domingo, na América Central, foi o responsável pela introdução do cavalo na América, dezessete veleiros e entre 25 e 30 cavalos. Introduzidos em 1509 ao continente através do Panamá, sete animais e através da Colômbia, 12 animais.
Os exploradores necessitavam dos animais para carregar os seus pertences nas incurções realizadas. Descendo pela Cordilheira dos Andes em direção ao sul da América os exploradores iam abandonando os cavalos que se machucavam ou que adoeciam. Obviamente nem todos os animais abandonados morreram e com isso os mesmos sem um predador natural iam de reproduzindo.
Os Indígenas ao encontrarem os primeiros cavalos, achavam que eram monstros e tentavam matá-los, até perceberem que os exploradores os utilizavam como meio de transporte e carga. A partir daí, com exíme técnica aprenderam a domar o cavalo e assim utilizá-lo como companheiro no transporte e caça, além de auxiliá-los na batalha contra os europeus que tentavam invadir sua região pampeana. Com o passar do tempo os indígenas se tornaram excelentes cavaleiros.
Por volta de 1580, os cavalos abandonados na região do Prata em 1536, tinham se multiplicado aos milhares. Tanto que, em 1600, não podiam mais ser contados em suas gigantescas manadas. Os Pampas do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina estavam povoados de cavalos chimarrões (cimarrones) e o povo que vivia nessa região, unida pela semelhança ambiental, se tornou um povo cavaleiro.
- João Pedro